O LÍDER

LÍDER é aquele que determina " OS QUES " de uma organização ou país .

Quando um país ou organização não tem quem determine os seus " QUES ", não tem líder ...mas pode ter um bom GESTOR do status !...

O problema é que em tempos de turbulência e mudança, como o actual, não ter quem defina O QUE deve ser feito, mais do que estagnar é retroceder ! ...

O CARACTER DE UM LÍDER

O carácter de um líder é a chave para uma boa liderança.
Investigações realizadas pela Universidade de Harvard indicam que 85 % da performace, em liderança, depende do carácter pessoal do líder.

A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

Enquanto líder e modelo de referência, numa organização, a INTEGRIDADE duma pessoa pode ser medida pela importância que atribui às consequências, das suas acções, a longo prazo e pela análise que faz da qualidade dos benefício resultantes da sua determinação e empenho .

Paul Meyer


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

GRATIDÃO e o LÍDER

GRATIDÃO  é o sentimento humano que mais dignifica os seres humano e é a  MAIOR RECOMPENSA que os  verdadeiros LÍDERES   podem receber .

NELSON  MANDELA,    PELO QUE FEZ  E PELO SEU EXEMPLO,  tornou-se digno do respeito do mundo e da GRATIDÃO  do seu povo !...

Que  o seu exemplo,  de  SOLIDARIEDADE E PAZ,    se perpetue por muitos anos,  tal como   julgo pretender a Incrível escultura representando Nelson Mandela, que se apresenta em baixo.


Consiste em 50 placas de aço com 10 metros de altura, cortadas a laser e inseridas na paisagem, representando o 50.º aniversário da captura e prisão de Nelson Mandela, em 6 de agosto de 1962, no próprio local onde tal sucedeu, e que lhe custaria 27 longos anos de cárcere.
 Num ponto específico de observação, a visão em perspetiva das colunas surpreende ao assumir a imagem de Nelson Mandela
O escultor é Marco Cianfanelli, de Joanesburgo, que estudou belas-artes em Wits














Nota do blogger: 
Não sei que mais admirar, se a liderança de Nelson Mandela se a criatividade do escultor Marco Cianfanelli. ...É bom viver para ter este tipo de dilemas !...





Liderança ...UMA QUESTÃO DE SERIEDADE !



De um dos nossos amigos " internéticos ", acabo de receber   o desabafo que em baixo se reproduz.
Estou a fazê-lo, porque ele ilustra uma situação  chave, da actividade de Líderes e  Lideranças.
Sem seriedade, não  há confiança  e sem confiança nenhum líder pode liderar, em sistemas  democráticos !... 
Se isto é importante  a nível  de indivíduos  e organizações a nível do Estado é determinante porque,  a falta de seriedade nos compromissos,  conduz à desordem e ao caos !

 
Meus Amigos,****


Tive no 1º ano de Económicas um professor de Geografia Económica que nos
abriu os olhos para a realidade do país, nesses longínquos anos 1963/64.
Naquela época era nitidamente de esquerda, considerando os padrões de então.
E tinha outros aspetos curiosos – tinha sido um excelente aluno (condição
indispensável, então, para se ser assistente); tinha casado com uma aluna e
estava bem empregado (mais tarde, haveria de sair da Siderurgia Nacional em
conflito com o Secretário Geral, Spínola de seu nome, arrastando para o
desemprego um colega, por solidariedade, que acabava de ser pai. Esse colega
haveria de ser meu administrador no BFN e o filho é o principal partner
fiscalista da Deloitte. Mas voltando ao meu assistente.
Mais tarde foi presidente da COSEC, andou pelo Brasil no tempo
revolucionário e já em tempos democráticos foi presidente da Fidelidade.
Em Económicas inquiríamos como uma pessoa de esquerda (haveria de ser vetado
para fazer doutoramento) era irmão de quem era. Pois a pessoa em causa
chama-se António Alves Caetano, irmão do Marcelo… Enviou-me hoje um artigo
seu sobre as pensões que me deu autorização para divulgar, sem anonimato.
Com um abraço, aqui vai ele.

MCR

Estimados Amigos, ****

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Como os jornais não publicam as cartas que lhes remeto e preciso de
desabafar, recorro aos meus correspondentes "Internéticos", todos os amigos
que constam da minha lista de endereços. Ainda que alguns não liguem ao que
escrevo.****

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Não sei a que se refere o Senhor Primeiro-Ministro quando afirma ser a
penalização fiscal dos pensionistas resultante de todos aqueles que, em
Portugal, *"descontaram para ter reformas, mas não para terem estas
reformas"*.****

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Pela fala do Senhor Primeiro-Ministro fica-se a saber da existência de
pensões de aposentadoria que estão acima daquilo que resultaria da correcta
aplicação do Cálculo Actuarial aos descontos que fizeram.****

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Sendo assim - e não há razões para admitir que o Senhor Primeiro-Ministro
não sabe o que diz - estamos perante situações de *corrupção*. Porque o
Centro Nacional de Pensões e a Caixa Geral de Aposentações só podem atribuir
pensões que resultem da estricta aplicação daqueles princípios actuariais
aos descontos feitos por cada cidadão, em conformidade com as normas
legais.****

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Portanto, o Estado tem condições de identificar cada uma dessas sirtuações e
de sancioná-las, em conformidade com a legislação de um Estado de Direito,
como tem de sancionar os agentes prevaricadores, que atribuíram pensões
excessivas.****

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Mas, é completamente diferente a situação face aos cidadãos que celebraram
contratos com o Estado. Esse contrato consistia em que, ano após ano, e por
catorze vezes em cada ano, o cidadão entregava ao Estado uma quota das suas
poupanças, para que o mesmo Estado, ao fim dos quarenta anos de desconto lhe
devolvesse essa massa de poupança em parcelas mensais, havendo dois meses em
que era a dobrar, como acontecera com os descontos.****

****

E tem de ser assim durante o tempo em que o cidadão estiver vivo e, em parte
mais reduzida, mas tirada, ainda, da mesma massa de poupança individual,
enquanto houver cônjuge sobrevivo.****

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E esta pensão tem o valor que o Estado, em determinado momento, comunicou ao
cidadão que passava a receber. Não tem o valor que o cidadão tivesse querido
atribuir-lhe.****

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Portanto, o Estado Português, pessoa de bem, que sempre foi tido como modelo
de virtudes, exemplar no comportamento, tem de continuar a honrar esse
estatuto.****

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Para agradar a quem quer que seja que lhe emprestou dinheiro para fazer
despesas faraónicas, que permitiram fazer inumeráveis fortunas e deram aos
políticos que assim se comportaram votos que os aconchegaram no poder, o
Estado Português não pode deixar de honrar os compromissos assumidos com
esses cidadãos que, na mais completa confiança, lhe confiaram as suas
poupanças e orientaram a sua vida para viver com a pensão que o Estado
calculou ser a *devida*.****

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As pensões que correspondem aos descontos que cada qual fez durante a vida
activa nunca poderão ser consideradas *excessivas*. Esses Pensionistas têm
de merecer o maior respeito do Estado. Têm as pensões que podem ter, não
aquelas que resultariam do seu arbítrio.****

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E é este o raciocínio de pessoas honestas. Esperam que o Estado *sempre
*lhes entregue aquilo que corresponde à pensão que em determinado momento
esse mesmo Estado, sem ser coagido, lhes comunicou passariam a receber na
sua nova condição de desligados do serviço activo. Ou seja, a partir do
momento em que era suposto não mais poderem angariar outro meio de sustento
que não fosse a devolução, em fatias mensais, do que haviam confiado ao
Estado para esse efeito.****

****

Os prevaricadores têm de ser punidos, onde quer que se situem todos quantos
permitiram que, quem quer que seja, auferisse pensão desproporcionada aos
descontos feitos, ou mesmo, quem sabe, sem descontos. Sem esquecer, claro
está, os beneficiários da falcatrua.****

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Mas, é impensável num Estado de Direito que, a pretexto dessas situações de
extrema irregularidade, vão ser atingidos, a eito, todos aqueles que, do que
tiraram do seu bolso durante a vida activa, recebem do Estado a pensão que
esse mesmo Estado declarou ser-lhes *devida*.****

****

Como é inadmissível que políticos a receberem ordenado de função, acrescido
de benesses de vária ordem proporcionadas por essa mesma função, considerem
que pensões obtidas regularmente, com valores mensais da ordem de 1.350
Euros proporcionam vida de luxo que tem de ser tributada,
extraordinariamente.****

****

António Alves Caetano****

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A Causa das Coisas : A verdade acerca da economia

Em Democracia a Responsabilidade da escolha dos Lideres, é do Povo !...


Exemplos e consequências :
Bode expiatório
 
A fúria que muitos sentem relativamente à chanceler alemã Angela Merkel é compreensível. Mas não foi Angela Merkel a responsável pelo estado a que chegámos, pela crise em que nos mergulharam, pelo enorme endividamento das famílias ou pelos esquemas de corrupção que exauriram as contas públicas.
Por:
Paulo Morais, Professor universitário






Foi Cavaco Silva, e não Merkel, que enquanto primeiro-ministro permitiu o desbaratar de fundos europeus em obras faraónicas e inúteis, desde piscinas e pavilhões desportivos sem utentes, ao desnecessário Centro Cultural de Belém. Foi o seu ministro Ferreira do Amaral que hipotecou o estado no negócio da Ponte Vasco da Gama.

Foi António Guterres, e não Merkel, que decidiu esbanjar centenas de milhões de euros na construção de dez estádios de futebol. Foi também no seu tempo que se construiu o Parque das Nações, o negócio imobiliário mais ruinoso para o estado em toda a história de Portugal.

Foi mais tarde, já com Durão Barroso e o seu ministro da defesa Paulo Portas, que ocorreu o caso de corrupção na compra de submarinos a uma empresa alemã. E enquanto no país de Merkel os corruptores estão presos, por cá nada acontece.

Mas o descalabro maior ainda estava para chegar. Os mandatos de José Sócrates ficarão para a história como aqueles em que os socialistas entregaram os principais negócios de estado ao grande capital. Concederam-se privilégios sem fim à EDP e aos seus parceiros das energias renováveis; celebraram-se os mais ruinosos contratos de parceria público-privada, com todos os lucros garantidos aos concessionários, correndo o estado todos os riscos. O seu ministro Teixeira dos Santos nacionalizou e assumiu todos os prejuízos do BPN.

Finalmente, chegou Passos Coelho, que prometeu não aumentar impostos nem tocar nos subsídios, mas quando assumiu o poder, fez exactamente o contrário. Também não é Merkel a culpada dessa incoerência, nem tão pouco é responsável pelos disparates de Vítor Gaspar, que não pára de subir taxas de imposto. A colecta diminui, a dívida pública cresce, a economia soçobra.
A raiva face aos dirigentes políticos deve ser dirigida a outros que não à chanceler alemã. Aliás, os que fazem de Angela Merkel o bode expiatório dos nossos problemas estão implicitamente a amnistiar os verdadeiros culpados.


In Correio da Manhã, 13/11/2012

Convém relembrar... é que neste País há um grave problema de "perda de memória". 
Afinal, quem é que os pôs lá? 

Nota do Blogger: 
Reproduzimos  esta notícia, por  pensarmos ter uma grande importância pedagógica.  Deixamos os juízos de valor  e a resposta  à pergunta atrás formulada  para os nossos  leitores.


domingo, 13 de janeiro de 2013

CAUSAS E EFEITOS dos Líderes e das Lideranças

Reproduzimos, em baixo,  um excelente artigo,  que nos faz reflectir sobre as consequências das acções dos líderes, das lideranças e consequentemente  sobre a  IMPORTÂNCIA  DO PERFIL  DO LÍDER, sobretudo  numa época de "vacas magras ".




A República das Putas

tema proposto a várias personalidades convidadas pelo jornal Público:

Que valores para 2013?









O livro de Skvorecky e o tempo da invasão da Checoslováquia pelas tropas soviéticas são o ponto de partida para João Magueijo lembrar o "sentimento de um país traído, entregue ou vendido a uma ideologia questionável" e o valor dominante do dinheiro hoje. "Antes falar de tourada", escreve o autor, no âmbito da série especial sobre os valores humanos  

Público de 11.1.13  

A expressão não é original, mas o plágio é deliberado. Quando Josef Skvorecky escreveu o livro A República das Putas, havia na então Checoslováquia o sentimento de um país traído, entregue ou vendido a uma ideologia questionável, por uma classe dominante corrupta e por políticos que eram de facto putas, metafórica e literalmente. No caso de Portugal não houve tanques a entrar pelo país e a ideologia a que fomos vendidos será a outra, supostamente oposta. Mas de resto a história é tal e qual, especialmente no que diz respeito à qualidade e moralidade dos políticos. 

E o pior é que paga o justo pelo pecador, ou pelo menos há pecadores, a nível mundial, que não pagaram nada. Até isto se resolver não me parece que faça grande sentido ser optimista, ou filosofar sobre o estado das letras e das ciências. Antes falar de tourada. 

Ainda deve haver por aí quem se lembre da Dona Branca, a autodenominada banqueira do povo. Para quem não sabe, era uma senhora que mais não fazia que comprar e vender dinheiro, fazê-lo circular, o que lhe era levado de novo era usado para pagar juros chorudos aos que já lá estavam, e cada vez havia mais. Ela arrecadava uma comissão, a coisa foi crescendo até que um dia PUM, foi tudo pelos ares. Recordo-me de uma Dona Arminda, que lavava as escadas lá do prédio, que perdeu as poupanças todas nestas andanças, ainda me lembro da senhora a chorar muito, faz-me lembrar o Portugal de hoje. E a Dona Branca inevitavelmente foi dar com os costados na prisão, coitada da senhora, estava muito avançada para a época, se fosse hoje davam-lhe um bónus de milhões, e teria uma posição de topo na Wall Street. 

 Não sejamos hipócritas, já todos recorremos aos bancos, e houve tempos em que o mundo das finanças fazia algum sentido. Precisava-se de algo agora, a ser pago com dinheiro que se iria ganhar mais tarde, os bancos tratavam da necessária máquina do tempo financeira. Em Itália vai-se a uma terriola qualquer, e lá há-de estar a Caixa Agrícola de Montemerdini, ou lá o que for: emprestava para se comprar os adubos, as sementes, as alfaias, e quando se fazia a colheita pagava-se, ficava tudo contente, belos tempos. 

Eram tempos em que o capitalismo tinha um lado quase bom, ou pelos menos paternalista. Claro que a pobreza era extrema, e deixa lá as coisas correrem mal e logo se via quem passava fome. Mas o capital nesses tempos era usado para produzir riqueza real, e o sistema financeiro apoiava o processo, conduzia a coisas que se viam, que resultavam em produtos tangíveis e reais. 

O capitalismo de hoje é bem mais tenebroso. Os jogos financeiros contemporâneos são tão abstractos e auto-referenciais que trocando a coisa por miúdos mais não são do que comprar e vender dinheiro, como fazia a Dona Branca. Por razões que nunca entendi, muitas das galinhas dos ovos de ouro, em Londres e Nova Iorque, são físicos teóricos e matemáticos falhados, ex-colegas meus em alguns casos. Temos tido acesas discussões, mas numa coisa concordamos: a teoria do caos e o Lema de Ito que se lixe, aquilo é simplesmente jogar na lotaria. Como é que trocar acções por computador ao microssegundo, como se tem vindo a propor, pode corresponder a alguma operação económica real? Aquilo é verdadeiramente a Dona Branca: uma pescadinha de rabo na boca financeira, "financiar o financiamento das finanças financiadas", num jogo bem enterrado no umbigo da Wall Street e da City de Londres, um totoloto mundial mas com um belo seguro contra perdas: quando se ganha, ganham eles; quando se perde ,pagamos todos, em cascata. E é aí que entram as tais putas, especificamente as nacionais. 

 Ao longo dos anos vimos o país a endividar-se com coisas que eram precisas e coisas que não eram. Tínhamos um serviço nacional de saúde do terceiro mundo e uma taxa de mortalidade infantil a condizer, analfabetismo e subdesenvolvimento a níveis do Subsara... e as coisas mudaram dramaticamente nos últimos 20 anos. Saí de Portugal em 1989 e sempre que voltava via algo de novo que era genuinamente preciso: portos para pescadores, estradas ao nível europeu, uma enorme expansão do ensino, etc., etc. E claro que tudo isto custa dinheiro, mas podia argumentar-se que se a Europa não queria ter um país do terceiro mundo no seu seio que o pagasse. 

 Mas onde a porca torce o rabo é que se via também uma orgia de infra-estruturas desnecessárias: túneis nas entranhas da Madeira que levavam a lado nenhum, estradas em duplicado nos cus de judas regionais, coisas tão ridículas que davam vontade de rir. Foram-se fazendo obras públicas completamente faraónicas, de novo-rico que não sabe o que há-de fazer ao dinheiro. Tornava-se óbvio que se construíam infra-estruturas, não para preparar o futuro, mas sim para alimentar o presente, numa cumplicidade corrupta entre Estado e empresas privadas, em que o último elo da cadeia era o mundo das finanças internacionais. E esses andavam entretidos com os seus jogos de totoloto, e quando a bolha rebentou lixou-se o proverbial mexilhão, tradução, nós. 

Como Skvorecky notava, as "putas" que tinham antes vendido o seu país aos nazis eram as mesmas que agora acolhiam os soviéticos (e mais tarde, muito depois de o livro ser publicado, acolheriam o capitalismo selvagem, sem que ele o soubesse). O mesmo se passa no nosso caso: não tenham dúvidas de que em tempos de fascismo os nossos primeiros-ministros teriam sido rapazes de sucesso. Mas de certa forma estamos a bater no ceguinho. Se eles (e nós, por extensão) fizeram figuras tristes e agora estamos a pagar por isso, houve quem fez pior e se está agora a rir. Os usurários mundiais nem sequer construíram túneis inúteis: construíram castelos de valores inexistentes, que continuam a crescer e a alimentar a sua ganância. Até isto se resolver falemos de tourada, porque não faz muito sentido discutir o estado da nossa sociedade, e o demais, em 2013. 

Aliás, parece-me que a nossa sociedade estaria muito bem, muito obrigado, se não fosse este "pequeno detalhe" político e financeiro. Por exemplo: a sociedade portuguesa é muito mais sã do que a inglesa. Na Inglaterra, quem abre a boca inevitavelmente vomita uma etiqueta de classe social autenticada. Os famosos sotaques britânicos fornecem informações precisas sobre a classe, uma pena não se ensinar isto nas aulas de inglês do secundário que cá se apanham. E este simples facto cria uma quase ausência de mobilidade e interacção entre as classes; pior, torna as pessoas em estereótipos da sua classe social. Por exemplo, a classe operária inglesa força-se a seguir um cliché de ignorância e estupidez, atitudes racistas e xenófobas, contra a cultura e a educação. A sua imagem de marca é falar com erros de gramática que em Portugal só um atrasado mental cometeria... assim as classes superiores os têm vindo a controlar. 

Nada disto se passa em Portugal (e já agora na Grécia, onde se encontram camponeses analfabetos a pagar a educação dos filhos em Cambridge). Ainda fui daqueles que tiveram de ir fazer a inspecção para a tropa, estava já então em Inglaterra, e o que mais me impressionou foi que entre os 500 "mancebos" de pirilau de fora que lá estavam, não se sabia de que classe era quem (tirando os casos extremos de dois grosseiríssimos labregos e de um pretendente à coroa). Ora na Inglaterra nada disto seria assim, e com graves consequências: ao contrário de Inglaterra, se há cultura e identidade neste país, elas residem precisamente na classe trabalhadora. E diria que é este o maior potencial de Portugal: temos uma sociedade muito mais saudável, em termos de identidade e de classe, apesar de todos os problemas com que nos deparamos. 

Sim, éramos um país de pobres que passou temporariamente a um país de novos-ricos. Mas agora somos um país de novos-pobres: miúdos cheios de talento desempregados há dois anos, pessoal de ponta a emigrar para o estrangeiro, médicos educados cá a colmatarem as faltas de sistema de saúde inglês... um desperdício óbvio de uma geração. Em vez de usarmos estas fontes de rendimento, deixámos os tanques financeiros entrar pelo país, para aumentar os impostos e baixar os salários, já de si entre os mais baixos da Europa. 

Não sei se haverá soluções milagrosas, mas uma quebra total com o que se tem vindo a fazer é evidentemente necessária. Lembro-me de uma senhora perguntar a um médico meu amigo se podia usar água benta para a sua enfermidade. O médico respondeu-lhe que sim, mas que a fervesse primeiro. Não me parece que doses sucessivas de banha da cobra sejam a solução dos nossos males. Muita da nossa dívida, e consequente austeridade, não é legítima, em perfeita analogia com as dívidas contraídas pelas prostitutas, e que as mantêm nas malhas dos seus donos. Se a nível mundial algo tem de ser feito para refrear os chulos financeiros, a nível nacional um corte com o passado seria um primeiro passo. Ou então que se dê o Prémio Nobel da Economia à Dona Branca. E viva a República das Putas. 

 * Físico teórico do Imperial College, em Londres


NOTA do blogger:   OBRIGADO AO AUTOR POR  FAZER PENSAR !...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

UMA LIÇÃO DE SABEDORIA

HARVARD BUSINESS REVIEW | JANUARY 9, 2013

Management Is (Still) Not Leadership

by John Kotter | 11:00 AM January 9, 2013

A few weeks ago, the BBC asked me to come in for a radio interview. They told me they wanted to talk about effective leadership — China had just elevated Xi Jinping to the role of Communist Party leader; General David Petraeus had stepped down from his post at the CIA a few days earlier; the BBC itself was wading through a leadership scandal of its own — but the conversation quickly veered, as these things often do, into a discussion about how individuals can keep large, complex, unwieldy organizations operating reliably and efficiently. That's not leadership, I explained. That's management — and the two are radically different. In more than four decades of studying businesses and consulting to organizations on how to implement new strategies, I can't tell you how many times I've heard people use the words "leadership" and "management" synonymously, and it drives me crazy every time. The interview reminded me once again that the confusion around these two terms is massive, and that misunderstanding gets in the way of any reasonable discussion about how to build a company, position it for success and win in the twenty-first century. The mistakes people make on the issue are threefold: Mistake #1: People use the terms "management" and "leadership" interchangeably. This shows that they don't see the crucial difference between the two and the vital functions that each role plays. Mistake #2: People use the term "leadership" to refer to the people at the very top of hierarchies. They then call the people in the layers below them in the organization "management." And then all the rest are workers, specialists, and individual contributors. This is also a mistake and very misleading. Mistake #3: People often think of "leadership" in terms of personality characteristics, usually as something they call charisma. Since few people have great charisma, this leads logically to the conclusion that few people can provide leadership, which gets us into increasing trouble. In fact, management is a set of well-known processes, like planning, budgeting, structuring jobs, staffing jobs, measuring performance and problem-solving, which help an organization to predictably do what it knows how to do well. Management helps you to produce products and services as you have promised, of consistent quality, on budget, day after day, week after week. In organizations of any size and complexity, this is an enormously difficult task. We constantly underestimate how complex this task really is, especially if we are not in senior management jobs. So, management is crucial — but it's not leadership. Leadership is entirely different. It is associated with taking an organization into the future, finding opportunities that are coming at it faster and faster and successfully exploiting those opportunities. Leadership is about vision, about people buying in, about empowerment and, most of all, about producing useful change. Leadership is not about attributes, it's about behavior. And in an ever-faster-moving world, leadership is increasingly needed from more and more people, no matter where they are in a hierarchy. The notion that a few extraordinary people at the top can provide all the leadership needed today is ridiculous, and it's a recipe for failure. Some people still argue that we must replace management with leadership. This is obviously not so: they serve different, yet essential, functions. We need superb management. And we need more superb leadership. We need to be able to make our complex organizations reliable and efficient. We need them to jump into the future — the right future — at an accelerated pace, no matter the size of the changes required to make that happen. There are very, very few organizations today that have sufficient leadership. Until we face this issue, understanding exactly what the problem is, we're never going to solve it. Unless we recognize that we're not talking about management when we speak of leadership, all we will try to do when we do need more leadership is work harder to manage. At a certain point, we end up with over-managed and under-led organizations, which are increasingly vulnerable in a fast-moving world.
 
JOHN KOTTER Dr. John P. Kotter is the Konosuke Matsushita Professor of Leadership, Emeritus at Harvard Business School and the Chief Innovation Officer at Kotter International, a firm that helps leaders accelerate strategy implementation in their organizations.